Projeto Farmácia-Escola do UNIEURO acompanha pacientes há quase uma década
O Farmacêutico Clínico e Industrial pela UnB, professor de Farmacologia Clínica do UNIEURO, Thiago Faria Gonçalves, mestre em Gerontologia e Farmacologia Clínica em Idosos, nos conta como funciona os atendimentos aos pacientes. Nesta entrevista, ele relata que atualmente os pacientes atendidos por ele, já são acompanhados há quase uma década. Desde o projeto Farmácia-Escola do UNIEURO em parceria com a Rede de Farmácias Rosário.
O professor destaca que no próximo semestre, o objetivo é adaptar os atendimentos aos dias da disciplina de farmacologia clínica 1 para que os estudantes possam acompanhar a metodologia e discutir os achados com o consentimento dos pacientes.
● ASCOM- Quem pode ser atendido, quais unidades, dias e horários?
Qualquer paciente devidamente agendado poderá participar na unidade de Águas Claras, preferencialmente as segundas-feiras, no período da manhã ou nas quartas feiras no período vespertino. Cabe ressaltar que a cada semestre os dias de atendimento podem mudar em função da disponibilidade do professor e dos dias das disciplinas. O telefone para marcação é 61- 3353- 8083
● ASCOM- Como funcionam os atendimentos?
Os atendimentos são feitos na forma de consulta farmacêutica com anamnese, inspeção e verificação do estado geral de saúde e todos os dados anamnésicos alimentam um software específico para dispor os dados e gerar os relatórios aos pacientes e aos prescritores médicos ou dentistas. Além disso, verifico a pressão, glicemia capilar, lipidograma, saturação de O2, e faço todos os registros de exames laboratoriais complementares que eles trazem. Após essa etapa começa a investigação e a avaliação farmacológica onde verifico a indicação clinica dos medicamentos em uso, interações medicamentosas potenciais e efeitos adversos assim como problemas de acesso, incumprimento ou abandono de terapias e quais foram os problemas que levaram a eventuais resultados negativos. Todo e qualquer achado é registrado e encaminhado ao médico ou dentista responsável pela prescrição por escrito e com referencial científico anexado. A nove anos atrás o trabalho permitiu descobrir um falso diagnóstico de Alzheimer no senhor das fotos e u falso diagnóstico de Diabetes tipo 2 na senhora das fotos. Isso fortificou os laços e eles se sentem muito seguros sendo acompanhados.
● ASCOM- É preciso ter um encaminhamento médico?
Não. As atividades realizadas em consultório farmacêutico não exigem encaminhamento médico e durante essa atividade investigamos eventuais problemas relacionados a medicamentos que conduzam a resultados negativos associados à medicação, e a partir daí, nós podemos orientar e até encaminhar o paciente ao serviço médico, afinal, muitos pacientes não utilizam medicamentos que necessitam por falta de prescrição ou de adaptação da prescrição médica ou odontológica. Por outro lado, alguns pacientes estão utilizando medicamentos que as vezes já não necessitam e precipitando intoxicações e ou interações, dessa forma, o paciente é encaminhado ao médico ou dentista com os devidos esclarecimentos por escrito, a fim de evitar qualquer perda de informação para que o médico ou dentista possa reavaliar e adotar as providencias cabíveis e de acordo com os seus critérios.
● ASCOM- Estes pacientes são medicados ou só recebem orientação?
Esses pacientes não são medicados por mim, apesar de a legislação permitir a prescrição de Medicamentos Isentos de Prescrição (MIPs) eles já utilizam diversos medicamentos de uso contínuo e a prescrição de MIPs pode resultar em interações farmacocinéticas e farmacodinâmicas e até mesmo potencializar a toxicidade dos demais medicamentos prescritos.
● ASCOM- Os Alunos participam, de que forma?
Os Alunos já participaram comigo quando o projeto farmácia escola estava sob a minha responsabilidade e a partir do próximo semestre estou organizando uma agenda positiva com o preceptor de estágio em drogaria para integrarmos a disciplina de farmacologia clínica a esse serviço e dessa forma realizar os acompanhamentos com a ajuda dos estudantes sempre que o paciente estiver confortável com a presença dos estudantes e autorizar o acompanhamento. Normalmente os pacientes gostam da presença dos estudantes e apenas em situações particulares durante a anamnese os estudantes nos dão licença para que os relatos sejam feitos de forma sigilosa.
